O manto estelar nos cobre inteiramente. De lado a lado, o Cosmos em sua plenitude, que a cidade distante ousa esconder. Estrelas fosforescendo, a Lua minguando num quarto, cometas discretos cadentes no céu. Esparsas nuvens. A imensidão celeste.
À nossa frente, lenhas em brasa cintilam pontos de luz como as estrelas lá de cima. O calor que emana da chama, nos acolhe e nos protege do inverno cortante que se manisfesta intensamente naquele aqui-agora.
Um silêncio absoluto se instala. Tudo pára. Não há vento. As folhas parecem estáticas como num quadro. Os antes distantes uivos dos cães, agora não ladram mais. Sapos e grilos emudecem. O som do nada. Seguramos a respiração…
E no centro desse quadro universal, em plena conjugação do Dia Fora do Tempo do Calendário Maia e da Lua Minguante, Pai e Filha se reunem na contemplação daquilo que sempre foi e nunca deixará de ser.
Um breve lapso na matrix. Uma Noite fora do Tempo.