A IA não é o problema, já somos escravos do Algoritmo

Como RubisChill, acredito que, enquanto discutimos as problemáticas e benefícios da Inteligência Artificial (IA) para os artistas, há uma ameaça ainda maior e mais antiga que precisa ser abordada: as plataformas algorítmicas. A exploração de artistas pela IA, com empresas lucrando ao treinar seus modelos com o trabalho de artistas para replicar estilos de arte, é uma realidade inegável e problemática. Contudo, a IA também oferece ferramentas úteis para a criação artística, facilitando processos como a mixagem de música ou a edição de fotos.

O verdadeiro perigo, em minha opinião, reside nas plataformas algorítmicas que dominam nosso consumo diário de arte. Estas plataformas, como YouTube, Instagram e TikTok, ditam o que vemos não por nossa escolha intencional, mas através de algoritmos que buscam maximizar o tempo que passamos nelas. Isso acaba priorizando o conteúdo que mantém os usuários engajados, muitas vezes em detrimento da qualidade ou intenção artística.

Esta dinâmica não só limita a diversidade e a inovação no cenário artístico, mas também treina os criadores e o público a esperar e produzir um tipo específico de conteúdo, muitas vezes em detrimento do desenvolvimento artístico pessoal e da verdadeira expressão criativa.

Enquanto muitos se preocupam com a IA substituindo artistas, eu vejo uma preocupação maior com os artistas criando arte que agrada às máquinas – ou seja, aos algoritmos – em vez de expressar verdadeiramente suas visões e emoções.

Essa é a desgraça do mundo de hoje. Enquanto eu sempre fiz música para atender apenas a expansão dos meus limites criativos, agora somos assolados por “artistas” caça views em tik tok e playlists de spotify.

Esse cenário nos desafia a refletir sobre como podemos, enquanto comunidade artística e como público, resistir à padronização imposta pelos algoritmos e valorizar a verdadeira expressão criativa que enriquece a experiência humana.

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