A princípio esse título pode parecer uma coisa boba, quase trivial, mas como sempre digo: o óbvio tem o Poder.
Para explicar onde quero chegar vou utilizar as relações entre o Dólar norte-americano e o Real brasileiro. Essas relações sobem e descem conforme os humores dos mercados, a segurança dos respectivos Bancos Centrais, balança comercial, entre tantos outros fatores. Isso sem contar com as inflações dos dois países.
Tanta interferência humana, quase nunca de “humanos de boas intenções” (afinal, o nosso “Posto Ipiranga” é só um…) faz a base do sistema monetário ser totalmente insegura e imprevisível. O Dólar e o Real são totalmente inflacionárias e perdem valor ao longo do tempo. Eu me lembro quando o Real foi lançado, valia 1 Dólar. Hoje, 1 dólar vale 5 Reais. E mesmo o Dólar, desde o ano 2000, já teve queda próxima de 50% (descontada a inflação brasileira). Ou seja, relacionar valores e confiar em Real ou Dólar, ou qualquer outra moeda fiduciária (moeda emitida por um banco central e que tem valor porque é respaldada por um governo ou por uma instituição financeira) é no final das contas pura “Astrologia”…
- Aí, no mercado das criptomoedas, temos as StableCoins, que são criptomoedas com valores atrelados a moedas fiduciárias, principalmente o Dólar, como:
USDC: É uma stablecoin respaldada pelo dólar americano, o que significa que existe uma reserva de dólares por trás de cada USDC emitido. - Tether (USDT): É uma das stablecoins mais conhecidas e amplamente utilizadas, também respaldada pelo dólar americano.
- DAI: É uma stablecoin descentralizada respaldada pelo Ethereum, a segunda criptomoeda mais valorizada do mundo.
- BUSD: É uma stablecoin respaldada pelo dólar americano, emitida em parceria pelo Binance, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo.
- PAX: É uma stablecoin respaldada pelo dólar americano, emitida pelo Paxos, uma empresa de tecnologia financeira regulada pelo Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York.
A estabilidade dessas stablecoins depende também de vários fatores, conforme o tipo de sua emissão, mas TODAS são sujeitas à regulamentação estatal. E os Estados Unidos não está feliz em ver concorrentes à sua própria moeda e começou uma caça às criptos, principalmente as stablecoins.
Agora é a vez da Binance e sua BUSD. A SEC, ou Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários), agência independente dos Estados Unidos responsável por regular o mercado de valores mobiliários, incluindo ações, títulos e fundos de investimento avisou nessa segunda feira que vai atrás da BUSD. Com isso começou o FUD – sigla para Fear, Uncertainty, and Doubt (Medo, Incerteza e Dúvida). É um termo comum no mundo das criptomoedas e investimentos financeiros que se refere à difusão intencional de notícias falsas, rumores ou informações desinformadas com o objetivo de criar medo, incerteza e dúvida em torno de uma determinada moeda, ativo ou empresa. E a BUSD começa a tremer em suas pernas.
Para concluir: o valor de uma stablecoin pode ser afetado por mil fatores e porisso não é estável, e tenta refletir o valor de uma moeda fiduciária, que por sua vez também é totalmente manipulada e não é reserva de valor.
Quem confia no Dólar, perde. Quem investe em StableCoins está sujeito a perder muito mais.
Um Bitcoin vale 1 Bitcoin: Embora o preço do Bitcoin possa flutuar muito em curtos períodos de tempo, sua natureza autônoma e descentralizada não é influenciado por bancos centrais ou governos. Dessa forma, o valor do Bitcoin é determinado pela oferta e procura de mercado e pouco sujeito a qualquer tipo de intervenção externa.
Hoje 1 Bitcoin vale em torno de 21 mil Dólares. Já valeu mais de 60 mil dólares no ano passado. Talvez mais de 100 mil dólares num futuro próximo, ou um milhão de dólares num futuro distante. Não importa. Esse é apenas o seu preço. O seu valor será sempre igual.