Nos últimos anos, temos notado uma crescente homogeneização da música. Muitas faixas parecem seguir uma fórmula semelhante, com estruturas melódicas previsíveis e durações mais curtas. Isso pode ser atribuído em parte ao surgimento de plataformas de streaming, que se tornaram a principal fonte de receita da indústria musical. No entanto, essa mudança não pode ser atribuída apenas aos algoritmos e ao surgimento de aplicativos como TikTok. Existe uma demanda do público (idiota) por músicas curtas e cativantes, o que tem incentivado os artistas (vendidos) a se adaptarem a esse novo modelo de consumo (fútil) .
Um dos principais impulsionadores da homogeneização da música é a playlistificação. Plataformas de streaming como Spotify e TikTok utilizam algoritmos para criar playlists personalizadas para seus usuários. Que saudades dos discos, ainda mais dos metáticos, como Tommy do The Who, e Animals, do Pink Floyd. Mas isso acabou… As playlists são baseadas em preferências musicais e tendem a seguir critérios específicos de duração, estrutura e estilo musical. Para os artistas, é essencial ter suas músicas incluídas nessas playlists, pois isso aumenta sua exposição e alcance de público.
No entanto, a busca por inclusão nas playlists tem um preço. Tem gente que ganha uma grana vendendo espaço em playlists de sucesso para músicos que desejam um “lugar no sol”… Mas nã é só isso… Os artistas são incentivados a criar músicas que se encaixem nos parâmetros estabelecidos pelos algoritmos, resultando em uma falta de diversidade e experimentação artística. Músicas com estruturas melódicas previsíveis, durações mais curtas e estilos populares têm mais chances de serem selecionadas para as playlists, enquanto músicas mais complexas ou fora do padrão podem ser negligenciadas.
Outro fator que contribui para a homogeneização da música é a relação entre oferta e demanda. A produção musical se tornou mais acessível do que nunca, levando a um aumento na quantidade e qualidade,de músicas disponíveis. Estou falando aqui de música, não de funk, que nem poderia ser chamado de música… No entanto, a demanda do público não acompanhou esse crescimento exponencial. Com tantas opções disponíveis, os consumidores buscam assistência dos algoritmos para encontrar músicas que se encaixem em seus gostos pessoais. Isso cria um ciclo em que o algoritmo sugere músicas cada vez mais semelhantes, levando à saturação e insatisfação do público.
Além disso, artistas menos conhecidos têm dificuldade em se destacar nesse cenário. A atenção do público é direcionada principalmente para as músicas presentes nas playlists mais populares e nas seções destacadas pelos algoritmos. Isso deixa artistas mais nichados ou menos conhecidos em uma posição desfavorável, com poucas oportunidades de serem descobertos pelo público em geral.
A homogeneização da música tem transformado a arte em um produto consumível e descartável. As músicas são criadas com o objetivo de agradar ao maior número possível de ouvintes, perdendo a individualidade e a originalidade artística. O foco está na criação de faixas curtas, fáceis de serem categorizadas e adequadas para as playlists populares.
Essa mudança de paradigma também afeta os artistas. Aqueles que buscam sucesso comercial são incentivados a seguir uma fórmula estabelecida, comprometendo sua liberdade criativa e experimentação. Muitas vezes, músicas mais complexas ou fora dos padrões são deixadas de lado, pois não se encaixam nas expectativas do público ou dos algoritmos. Que lástima!
Para preservar a diversidade na música, é importante que os ouvintes busquem além das playlists populares e explorem artistas menos conhecidos. Da mesma forma, os artistas devem se sentir encorajados a criar música que reflita sua visão artística, mesmo que isso signifique sair dos padrões estabelecidos pelos algoritmos. Somente assim poderemos garantir a sobrevivência da arte e a preservação da individualidade na música. Com a quantidade esmagadora de publico idiotizado e artistas sem talento, essa alternativa é nula.